Tendência

22 de julho de 2016

Menina é registrada pelas duas mães em decisão inédita na região de Bauru

 Nome das duas mães foi incluído na certidão de Rayssa (Foto: Renata Marconi/G1)

Renata Marconi
Do G1 Bauru e Marília

Rayssa Preto Rosa Barbosa, de 3 anos, passou a ter o nome de suas duas mães na certidão de nascimento nesta semana. Lithiene Aline Barbosa e Thaís Preto de Godoi conseguiram, por meio de um procedimento administrativo realizado diretamente no cartório, a decisão favorável para incluir o nome de uma segunda mãe no registro de nascimento, a denominada filiação socioafetiva. A decisão é inédita na região de Bauru (SP), segundo a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP).

“É um orgulho. Eu nem estou acreditando que tem a certidão com meu nome. Falaram para gente que se fosse com o advogado demoraria meses e foram apenas duas semanas”, comemora Thais, que agora tem seu nome na certidão da filha.

Sobrenome de Thais foi incluido no nome de Rayssa (Foto: Renata Marconi/G1)
Rayssa é filha biológica de Lithiene, mas elas gostariam de acrescentar o nome das duas mães nos documentos da filha, mas a burocracia para entrar na Justiça acabou atrasando a mudança. “Todo mundo falava que ia demorar e isso ia desanimando. Sei que é só um papel, mas agora a Thais tem direitos. Antes tudo dependia de mim, matrícula na escola, médico, ela não assinava nada”, conta Lithiene, de 25 anos.

O casal estava tentando entrar na Justiça para incluir o nome de Thais na certidão de Rayssa, mas acabaram entrando com um pedido no cartório da cidade, que remeteu o pedido ao Ministério Público e ao Juiz de Direito local, que autorizaram a inclusão do nome sem a necessidade de um procedimento judicial. Este é o primeiro caso registrado na Comarca de Bauru.

“Nós planejamos a Rayssa juntas, ela sempre me acompanhou. Anexamos tudo ao processo, as fotos da gravidez, a carteira de vacina com o nome das duas, a declaração escolar, a agenda escolar, já que na escola as professoras já mandavam recadinhos para as duas mamães e isso ajudou muito”, explica Lithiene.

Até hoje ainda não há uma Lei que regulamente este tipo de filiação no Estado de São Paulo e, quando um casal deseja reconhecer a filiação socioafetiva, via de regra, necessita recorrer à esfera judicial, dando entrada em processo que pode demorar anos.

Rayssa ainda bebê com as mães (Foto: Lithiene Barbosa/Arquivo Pessoal)
Para o Oficial do cartório, Alexandre Mateus de Oliveira, o caso pode nortear uma normatização estadual sobre o tema. “Como ainda não temos uma norma em relação a este tema, é dificultosa a regularização da filiação socioafetiva, por isso fiquei muito satisfeito com o resultado, pois representa uma vitória para o casal”, disse.

Lithiene e Thais planejaram filha juntas (Foto: Lithiene Barbosa/Arquivo Pessoal)
Thais conta que a filha ficou muito feliz com o sobrenome que ganhou e diz que não vê a hora de voltar para a escola para contar aos colegas que agora tem o nome das duas mães na certidão de nascimento. “Agora somos uma família perante a Justiça, não só por boca. Fica de aprendizado para todo mundo que é muito fácil para quem quer ter uma família. ”


Fonte: G1 

Um comentário:

  1. Quando esta criança crescer, coitado de quem namorar a mesma, pois terá DUAS SOGRAS!!

    ResponderExcluir

Modelo Editado Por: Yago Design (84) 9.9634-6218 - Designed: - Blog do Evando Lima Atualizado Todos os Dias