Em cerimônia no Palácio do
Planalto, o presidente Jair Bolsonaro lançou hoje (20) a campanha publicitária
em defesa da reforma da Previdência. Com o slogan Nova Previdência. Pode
perguntar, as peças trazem pessoas comuns fazendo perguntas sobre a proposta em
tramitação no Congresso. A campanha, que será veiculada em jornais, emissoras
de rádio e televisão, internet, mídias sociais, mídia exterior e painéis de
aeroportos, rodoviárias e estações de metrô, foi formulada pela Secretaria
Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e executada
pela agência Artplan. Segundo a própria Secom, serão investidos um total de R$
37 milhões nas inserções publicitárias, que vão ao ar a partir desta segunda
até meados de julho.
Em seu discurso, Bolsonaro fez um
aceno ao Congresso Nacional, lembrando que cinco dos seus ministros são
oriundos do Parlamento e que ele valoriza o Poder Legislativo, que dará a
palavra final sobre a matéria. "Nós valorizamos, sim, o Parlamento brasileiro,
que vai ser quem vai dar a palavra final nessa questão da Previdência, tão
rejeitada ao longo dos últimos anos. Mas, quando se tem, à sua frente, os
números concretos da Previdência, muita gente muda de ideia", afirmou.
Bolsonaro também fez questão de citar
os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi
Alcolumbre, pelo apoio que têm dado à reforma. Dirigindo-se aos parlamentares
presentes à cerimônia, o presidente afirmou que está aberto a conversar, o que
só não faz mais por falta de agenda. Ele disse, no entanto, esperar que não
haja muitas mudanças no texto original da proposta de emenda constitucional
enviada pelo governo.
"Só não recebo mais por
falta de agenda, mas gostaria de continuar a conversar com o maior número possível
de vocês [parlamentares] para que possíveis equívocos, possíveis melhoras nós
possamos, junto ao Parlamento brasileiro, buscar [resolver]. Se bem que,
pretendemos que nossa reforma saia de lá com menor número possível de emendas
aprovadas", acrescentou.
Campanha
Segundo o chefe da Secom, Fábio
Wajngarten, pessoas comuns, que não eram atores, participaram com perguntas do
que seriam as principais dúvidas sobre a reforma da Previdência. Na campanha
publicitária, essas dúvidas são respondidas por apresentadores em estúdio.
"Toda a campanha vai ser
ancorada nesse guarda-chuva da 'Nova Previdência, pode perguntar'. A campanha
exibirá transparência, confiança e credibilidade. Todas as peças publicitárias
serão compostas desse selo 'essa é a verdade', para contrapor à enxurrada de
fake news que o tema vem enfrentando", afirmou durante a cerimônia de
lançamento.
A campanha também utilizará
comunicadores famosos, por meio do chamado merchandising, no convencimento
sobre os pontos da Nova Previdência no rádio e na TV. Os merchandisings terão a
mesma dinâmica das demais peças: perguntas e respostas. "A expectativa é
de que, com o apoio dos comunicadores, a mensagem chegue mais facilmente aos
públicos mais sensíveis à proposta e que ainda não conhecem detalhes da
PEC", diz a Secom, em nota.
Necessidade
"É o primeiro governo que,
antes de mandar a proposta de emenda constitucional, mandou uma Medida
Provisória para combater fraude [na Previdência]. Isso é inédito. Depois,
mandou uma medida para atualizar a cobrança dos devedores", afirmou o
ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ele voltou a argumentar que, sem
as mudanças nas regras de aposentadoria e pensões, o Brasil corre os mesmos
riscos de países como Portugal e Grécia.
"O sistema de repartição
brasileiro era um navio ou avião com o casco furado, que precisava ser
consertado. Falha da nossa geração, que precisa ser reparada, para que o Brasil
não seja como Portugal, que do dia para noite cortou 30% das pensões das
viúvas. Ou, como a Grécia, que ficou esperando a mão estendida da União
Europeia, e a União Europeia ficou olhando a Grécia cair no piso e a mão até
agora não foi estendida. Então, a campanha que se inicia agora é a campanha em
favor de todos brasileiros", acrescentou.
Mais cedo, em agenda no Rio de
Janeiro, Bolsonaro disse que se a reforma da Previdência não for aprovada, em
cinco anos já não haverá recursos para pagamento de servidores na ativa.
Agência Brasil
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