Satélite Tess, da Nasa, observa mais de 200 mil estrelas brilhantes em busca de planetas fora do sistema solar — Foto: Nasa |
Um planeta do tamanho aproximado
e formação parecida com a de Saturno, que orbita em torno de uma estrela de
massa pouco maior que o Sol. Essa é uma das novas descobertas feitas pelo
satélite caçador de planetas da Nasa, o Tess - Transiting Exoplanet Survey
Satellite, que começou sua viagem há cerca de um ano na órbita da Terra. A
pesquisa que envolve mais de uma centena de estudiosos, conta com a
participação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O satélite foi lançado com o
foguete SpaceX Falcon 9 do complexo de lançamento 40 no Cabo Canaveral Air
Force Station, na Florida, em abril de 2018. Em órbita, o Tess começou sua
jornada de dois anos observando mais de duzentas mil estrelas brilhantes em busca
de planetas fora do nosso sistema solar (os exoplanetas).
A descoberta gerou um artigo com
mais de 140 autores, entre eles, o professor José Dias do Nascimento Júnior,
líder do grupo de pesquisas em Astrofísica, Estrutura e Evolução Estelar da
UFRN.
De acordo com ele, a descoberta
deste exoplaneta do tipo Saturno (que é um gigante gasoso) se destaca por ser a
primeira na qual foi possível fazer um estudo preciso da estrutura interna da
estrela hospedeira (estrela na qual ele orbita), através de uma técnica chamada
de astero-sismologia.
Neste estudo, a estrela
hospedeira tem seu interior desvendado de modo similar às pesquisas de
sismologia, que já revelaram o interior da Terra e de outros planetas sólidos
através do uso de oscilações sísmicas. "Dessa forma, foi possível fazer
uma caracterização de raio, massa, idade da estrela, entre outras
informações", explica.
O planeta fica a uma distância
aproximada de 300 quilômetros-luz da Terra. Ou seja, para chegar lá, seria
preciso viajar por 300 anos na velocidade da luz. O exoplaneta tem cerca de 60
vezes a massa terráquea e 9 vezes o raio da terra. O que chama atenção é o seu
"ano", de apenas 14 dias.
Esse exoplaneta orbita a estrela
TOI-197 (HIP116158), que é uma subgigante brilhante que tem a massa pouco maior
que a solar (1,2 massas solares), porém um raio quase três vezes maior que a do
nosso sol (2,943). Outra semelhança é a idade. Ela tem cerca de 4,9 bilhões de
anos, enquanto o nosso Sol é um pouco mais novo, com cerca de 4,5 bilhões anos.
"A análise demonstra que a
estrela começou uma evolução de ascensão para a fase das gigantes vermelhas,
que representa o futuro do Sol", aponta o professor.
Para o pesquisador, esse é um dos
planetas do tamanho de Saturno com a melhor caracterização de todos os tempos.
“Este objeto descoberto contribui
para a seleta lista de exoplanetas conhecidos com um grande nível de precisão e
que orbitam estrelas bem caracterizadas, demonstrando assim o grande poder do
satélite Tess em detectar exoplanetas em estrelas hospedeiras parecidas com o
Sol", considerou.
G1/RN
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