Foto: Ricardo Stuckert |
"Não baixem a cabeça, não.
Não fiquem com 'dó do Lula'. A hora não é de desistir. É de continuar a
trajetória que nós construímos nesse país. Só tem um jeito de me tirar das ruas
desse país... Enquanto esse coração velho bater, pode estar certo de que a luta
vai continuar."
O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva foi recebido por uma multidão aglomerada na Praça da República nesta
quarta-feira (24), logo após o fim do julgamento que o condenou a 12 e um mês
de prisão em um processo sem provas.
"Eles não podem prender o
sonho da liberdade, não podem prender as ideias. Eles podem prender o Lula, mas
as ideias já estão colocadas na cabeça da sociedade brasileira" afirmou.
"Não admitem que um metalúrgico sem diploma passou para a História como o
presidente que mais construiu universidades nesse país. São essas conquistas
que eles julgaram hoje", resumiu o ex-presidente.
Lula voltou a desafiar seus
acusadores a apresentarem provas de que cometeu um crime, dessa vez na figura
dos três desembargadores que votaram pela rejeição do recurso contra a sentença
de Sérgio Moro. "Desafio os três juízes que me julgaram a provar algum
crime que eu tenha cometido. Esse processo está subordinado à imprensa
brasileira", disse.
Justamente pelo decorrer do
processo e de seu caráter midiático, o ex-presidente ressaltou que a
confirmação de sua condenação em segunda instância não o deixou abatido.
"Todo mundo está vindo me cumprimentar como se eu tivesse triste, me
desejando força. Mas eu nunca tive nenhuma ilusão, o pacto entre o judiciário e
a imprensa foi de acabar com o PT. Eles não se conformaram com a ascensão dos
pobres", destacou. "Quem está no banco dos réus é o Lula mas quem foi
condenado é o povo brasileiro".
Lula avisou que vai manter sua
viagem a Etiópia, onde à convite da União Africana falará sobre o exemplo do
Brasil no combate à fome. "Vou a Etiópia e segunda-feira estarei de volta
aqui nesse país pra lutar pelo povo trabalhador. Eu tenho que avisar a elite
brasileira: esperem, porque nós vamos voltar. Esse país vai provar que o povo
pobre nunca foi problema. O povo pobre é a solução."
Após o ato, milhares de
manifestantes seguiram rumo à Avenida Paulista para defender Lula e o direito
de sua candidatura à presidência. O PT também emitiu nota em que mantém o nome
de Lula como a escolha do partido para disputar as eleições presidenciais.
Fonte: Lula.com.br
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