Crédito da foto: jennifrog [CC BY 2.0 (http://creativecommons.org/licenses/by/2.0) |
Todos nós temos uma autoimagem, um retrato
mental de como nos apresentamos diante das pessoas. Podemos até não estar muito
satisfeitos com ela, mas é a referência com a qual estamos acostumados. É por
isso que, ao enfrentar um tratamento contra o câncer, o emocional sofre um
baque. O importante é saber que não estamos sozinhos, porque muita gente
atravessa o mesmo turbilhão de sentimentos. Perda de cabelo, alterações no peso
e na pele, cicatrizes e infertilidade vêm acompanhadas de raiva e dor. O
impacto nas relações familiares e afetivas pode ser devastador se você não se
cercar de uma rede de proteção. Pais e avós, por exemplo, se preocupam em como
sua aparência afetará filhos e netos, temendo que eles se afastem. O NIH
(Instituto Nacional do Câncer nos EUA) ensina como conviver com a nova
situação:
1) 1) Viva o luto das suas perdas: é perfeitamente
normal que você se sinta triste, zangado e frustrado e tem todo o direito de
lamentar.
2) 2) Tente se concentrar em como lidar com a
doença também o (a) tornou mais forte.
3) 3) Se sua pele modificou-se por causa da
radioterapia, procure ajuda médica para ver o que pode ser feito. Não descuide
da aparência: alguns detalhes, como um novo corte de cabelo, podem lhe trazer
ânimo. Se estiver usando uma peruca, lembre-se que um cabeleireiro sempre pode
deixá-la com melhor caimento.
4) 4)
Mulheres que fizeram mastectomia têm o direito de reconstruir a mama garantido
por lei. Se preferir uma prótese mamária externa (depois de todo o desgaste
físico e emocional, há quem prefira esta opção), há sutiãs especiais, assim
como biquínis e maiôs.
O processo pode ser lento e
dolorido, mas siga em frente e mantenha amigos e parentes em volta. Atualmente,
os médicos recomendam que o paciente faça exercício: além de ajudar a recuperar
a autoestima, reduz o estresse e ajuda a relaxar. No que diz respeito ao sexo,
também há mudanças de curta e de longa duração, por conta de drogas, cirurgias,
quimioterapia e radioterapia. No entanto, ansiedade e depressão acabam
desempenhando um papel determinante para se retomar a rotina. Uma das maiores
preocupações é não conseguir mais fazer sexo como antes. Entre as mulheres, a
maior queixa é ressecamento, dor na penetração, falta de sensibilidade na
região genital. No entanto, o arsenal de que a medicina dispõe atualmente para
corrigir esses problemas poderá surpreender você.
Indispensável é compartilhar com
seu parceiro (a) como está se sentindo, e isso vale mesmo quando o casal está
junto há muito tempo. Avise se só quiser carinho, mas lembre-se que você pode
querer fazer sexo e ele/ela talvez esteja com medo de machucá-lo (a). A
intimidade não é apenas física, envolve sentimentos, portanto vá por etapas:
1) 1) Renove a conexão entre vocês.
"Proteja" o tempo que passam juntos, desligando celulares e TV.
Arranje alguém para cuidar das crianças durante algumas horas.
2) 2)
Não tente imediatamente o contato físico. Vocês podem ficar juntos apenas para
caminhar ou ouvir música.
3) 3) Procurem novos toques porque o
tratamento muda o corpo. Áreas que eram sensíveis e prazerosas podem ter
deixado de sê-lo. Por que não brincar de redescobrir o que dá prazer ao outro?
Quem está só pode achar ainda
mais difícil essa retomada, mas o primeiro passo é aceitar as mudanças. Depois,
saia de casa e abrace atividades que lhe deem prazer. Converse com os amigos,
entre em fóruns de discussão com outros sobreviventes da doença. O medo de
rejeição é grande, mas se isso ocorrer, lembre-se que acontece todos os dias
com as pessoas, mesmo com as que não tiveram câncer. Não deixe que ele seja uma
desculpa para se trancar em casa e deixar a vida lá fora.
G1 / BEM ESTAR
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