O ex-ministro do Turismo Henrique
Eduardo Alves foi preso na manhã desta terça-feira (6) em um desdobramento da
operação Lava Jato que investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de
dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. O ex-deputado Eduardo
Cunha, que está preso em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, é alvo
de um novo mandado de prisão preventiva. Ambos são do PMDB e foram presidentes
da Câmara dos Deputados. Henrique foi ministro do Turismo nos governos Dilma
Rousseff e Michel Temer. Os dois também são alvos de mandados de prisão em
outra operação desta terça para apurar irregularidades nas vices-presidências
de Fundos e Loterias e de Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal.
O advogado Marcelo Leal, que
defende Henrique Alves, disse ao G1 que tomou conhecimento da prisão pela
imprensa. "Até o momento, não sei de nada sobre o que levou a PF a prender
Henrique. Vou tomar pé da situação e depois me pronuncio", falou por
telefone.
O secretário de Obras Públicas de
Natal, Fred Queiroz, também foi preso durante a operação.
Já em Mossoró, na região Oeste do
estado, o publicitário Arturo Arruda, um dos sócios da agência Art&C, foi
alvo de mandado de condução coercitiva (quando alguém é levado a depor). Houve
também cumprimento de mandados de busca e apreensão na produtora Peron Filmes,
em Natal.
São cumpridos 33 mandados, sendo
cinco de prisão preventiva (sem prazo), seis de condução coercitiva e 22 de
busca e apreensão nas cidades de Natal, Mossoró e Parnamirim, no Rio Grande do
Norte, e Curitiba, no Paraná.
Segundo a PF, antes das 8h
(horário de Brasília) todos os mandados de prisão já haviam sido compridos.
Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, alvos de operação que investiga desvios na Arena das Dunas, no RN (Foto: Adriano Machado/Reuters e Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil) |
A Justiça Federal no Rio Grande
do Norte informou que o processo está tramitando em sigilo, e que "as
acusações são referentes a supostos pagamentos de propinas feitos por empreiteiras
com destinação a dois políticos e que teriam contado com a conivência de
empresários que atuaram para lavagem de dinheiro".
Em nota, a Justiça Federal do RN
também confirmou que os 33 mandados de prisões preventivas, conduções
coercitivas e buscas e apreensões foram expedidos pelo juiz federal Francisco
Eduardo Guimarães Farias, titular da 14ª Vara no Rio Grande do Norte.
"Os indícios apontam para o
fato de que as empresas Carioca Engenharia, Odebrecht e OAS pagaram propina a
políticos, com a promessa de favorecimento em obras, privatizações e facilidade
em pagamento de construções. Logo após toda operação ser concluída, a JFRN
emitirá uma nova comunicação sobre os desdobramentos e maiores detalhes",
acrescentou.
Arena das Dunas
Batizada de Manus, a operação
investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da
Arena das Dunas, em Natal. Segundo a PF, o sobrepreço chega a R$ 77 milhões.
Henrique Alves recebeu voz de prisão no apartamento onde mora, no bairro de Areia Preta, Zona Leste de Natal (Foto: Marksuel Figueredo/Inter TV Cabugi ) |
Lava Jato
A investigação se baseia em
provas da Lava Jato, que apontam o pagamento de propina a Cunha e Alves em
troca de favorecimento a duas grandes construtoras envolvidas na construção do
estádio.
Segundo a PF, foram identificados
pagamentos de propina por meio de doações oficiais entre 2012 e 2014 . Além
disso, um dos investigados usou valores supostamente doados para a campanha de
2014 em benefício pessoal.
De volta à sede da PF, em Natal, agentes carregam material apreendido durante o cumprimento dos mandados (Foto: PF/Divulgação) |
Os investigados responderão pelos
crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
O nome da operação é referência
ao provérbio latino “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, que significa
uma mão lava a outra.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na agência de publicidade Art&C;, em Natal (Foto: Filipo Cunha/Inter TV Cabugi) |
Fonte: G1
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