Tiago Trevisan Bortolazzo emagreceu 61,5 quilos em 12 meses e sem cirurgia (Foto: Arquivo pessoal) |
Diferente das pessoas que optam
pela cirurgia de redução do estômago para emagrecer, o estudante de direito
Tiago Trevisan Bortolazzo, de 21 anos, que mora em Piracicaba (SP), escolheu
encarar a obesidade longe de um centro cirúrgico. No lugar do bisturi, usou
ferramentas a reeducação alimentar e os exercícios físicos. O resultado foi a
redução de 61,5 quilos em 12 meses.
O “caminho das pedras” não foi
fácil. Foram várias tentativas de dietas frustradas e em março de 2016, o
universitário que mede 1,90 metro, chegou a pesar 158 quilos. “Até chegar ao
ponto de encarar uma academia e levar a sério a alimentação e os exercícios,
passei pelo processo que, no meu ponto de vista, foi o mais difícil: admitir
que eu precisava emagrecer”, conta Bortolazzo.
“Mesmo sabendo que estava acima
do peso, quando via alguém que pesava mais do que eu, imaginava que nunca
chegaria a tanto. E isto me dava uma certa comodidade”, acrescenta.
O impulso inicial contou com a
ajuda de um amigo, que convidou Bortolazzo para ir à academia. “Ia uma vez e
nunca mais aparecia. Foi então que procurei uma nutricionista”, diz.
Hoje, com 96,5 quilos ele
modificou completamente a alimentação e o objetivo agora é ganhar massa
muscular. “O primeiro mês do tratamento foi difícil, pois precisei me adequar a
uma nova realidade. Não podia comer a quantidade de antes. Depois, quando
passou a fazer parte da minha dieta, tudo ficou mais fácil”, relembra.
Bortolazzo conta que tem
histórico de obesidade na família. A mãe passou por uma cirurgia bariátrica e
eliminou 60 quilos. O pai está acima do peso e sofre com diabetes e hipertensão.
"Quando criança e até mesmo na adolescência, sempre era alvo de
brincadeiras dos colegas devido ao meu peso", afirma.
Tiago Trevisan Bortolazzo emagreceu com reeducação e exercícios (Foto: Arquivo pessoal) |
Riscos versus vantagens
Foram os riscos que a intervenção
cirúrgica representa que fizeram o estudante optar por outros caminhos. “Embora
a cirurgia seja mais fácil, ela pode trazer problemas. Além disso, vejo minha
mãe hoje. Não é tudo que ela consegue comer. Ela passou mais de um mês tomando
chá e as porções de comida que consome atualmente são muito pequenas. ”
“Eu posso comer tudo que gosto,
mas de forma consciente. Não precisei deixar nada de lado e muito menos passar
fome. Hoje, quando saímos para algum restaurante, por exemplo, minha mãe mal
come. Eu já posso degustar com mais prazer. Claro, sem deixar o correto de
lado”, complementa. No prato ideal para Bortolazzo não pode faltar batata doce
e frango.
Persistência
Aprovado no vestibular da
Universidade de São Paulo (USP), Tiago muda para a capital do estado neste mês,
mas levará o novo estilo de vida com ele.
“Vou mudar de cidade, mas os
hábitos continuam. Quando fui locar o apartamento aproveitei, para fazer
matrícula na academia que fica a duas quadras da minha nova casa. Além disso,
já combinei com a minha mãe e vou levar algumas opções de comida congeladas”,
diz.
O futuro advogado não pretende
apenas manter o atual peso. Ele quer mais. “A perda de peso não é uma maratona
porque ela nunca acaba. Não é porque cheguei no peso que gostaria, que está
bom. Agora busco um corpo diferente e quero estar melhor a cada dia.”
Nutricionista Vânia Beletate ressalta importância do acompanhamento (Foto: Arquivo pessoal) |
Sem dietas radicais
A nutricionista Vânia Beletate
diz que é possível perder peso comendo bem e tendo liberdade. “Este é o
segredo. As pessoas precisam aprender a escolher melhor os alimentos. Não
proíbo nada. Acredito que esta licença é fundamental no trabalho”.
Para Vânia, dietas radicais e sem
supervisão não dão resultados esperados e, quando eles acontecem, podem não ser
duradouros. Ela destaca a importância do acompanhamento profissional das
pessoas que precisam emagrecer e diz que a frequência de atendimentos é
essencial. “Faço intervalos de 15 dias porque é uma forma de incentivar a
pessoa e me ajuda entender as dificuldades e dúvidas que ela tem”, explica.
Fim de semana
“A ansiedade é o que atrapalha a
reeducação alimentar. Outro inimigo é o final de semana. É fundamental as
pessoas terem consciência de que não adianta perder um quilo durante a semana e
recuperá-lo no final de semana”, comenta. “Digo aos meus pacientes que eles
precisam chegar na segunda com o mesmo peso de sexta-feira. Não é preciso ser
radical, mas é importante ser consciente. ”
G1
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