Tite orienta a seleção brasileira
em Lima, onde o time conseguiu a sexta vitória seguida - ERNESTO BENAVIDES /
AFP
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A ficha ainda não caiu para Tite.
Cinco meses depois de assumir um time em crise e que corria o risco de ficar de
fora da primeira Copa do Mundo de sua história, o técnico mudou o ambiente e o
jeito de jogar da seleção brasileira e agora vê a sua equipe com a mão em uma
das vagas na Rússia-2018. A vitória sobre o Peru por 2 a 0, em Lima, trouxe uma
liderança ainda mais isolada para o Brasil nas eliminatórias e um recorde só
estabelecido pela lendária seleção de 1970: seis vitórias seguidas.
Com 27 pontos, o Brasil pode se
garantir no Mundial já na próxima rodada, em março, quando enfrentará o
Uruguai, em Montevidéu, e o Paraguai, em casa. A fase da seleção é tão boa, que
o técnico queria que a Copa começasse já no fim de semana.
- Sim. Que ruim. Queria dar
sequência. É aquele reinventar que existe na carreira do técnico. O cara quer
dar continuidade e sai do clube, o trabalho é interrompido. Tenho que me virar
nessa história toda - disse o técnico, elogiando o desempenho da seleção
peruana e afirmando que não esperava ter sucesso tão rápido.
- Não caiu ainda, acho que vai
cair a ficha na sequência. Todo um trabalho realizado, uma mobilização muito
grande. Uma das características que o Gareca (Ricardo, técnico do Peru), eu e
todos os treinadores precisamos ter é a coragem. Porque somos muito expostos.
Quando ganha, é o melhor. Quando perde, é burro. É preciso encontrar um meio
termo. O técnico e o grupo de trabalho precisam dividir todas as situações. Não
esperava tudo isso e tenho que agradecer a Deus. Não sei se mereço isso, mas
estou muito feliz.
Tite disse ainda que gostou do
nível de concentração “altíssimo” da seleção depois de uma vitória sobre a
Argentina por 3 a 0.
- Podíamos sair do resultado de 3
a 0 sobre a Argentina, um rival de alto nível, e humanamente abaixarmos a
guarda. O que fizemos? Respeitamos a qualidade do Peru. Sabíamos do Cueva, do
Guerrero, da velocidade pelos lados, do chute de média distância. Aprendemos
enquanto humanos a respeitar o outro lado. Se não tiver isso, fica a soberba. E
a soberba é o primeiro passo para a derrota. Com esse respeito, mantivemos o
nível de atuação.
Agora, a seleção ficará mais de
três meses sem jogar. Neste período, Tite e o coordenador Edu Gaspar fará uma
série de viagens para observar atletas.
- Já está programado com o Edu,
que em breve estará restabelecido de seu problema (ficou doente e não viajou a
Lima). Temos programadas uma série de viagens para acompanhar atletas
convocados e outros que foram chamados em convocações anteriores. Quero ver um
jogo do Elias, do Luiz Gustavo. E de todos os outros para que eu possa ser o
mais justo possível. Vou errar, mas vou trabalhar mesmo não tendo jogos da
seleção.
O Globo
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