Feliz da vida com os mamões que
colhe, Francisco Gurgel de Freitas quer aumentar a produção (Foto: Anderson
Barbosa e Fred Carvalho/G1)
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O G1 está publicando nesta semana
uma série de reportagens sobre a mais severa estiagem da história do semiárido
potiguar e as consequências da chamada 'seca verde'.
O quinto ano seguido de poucas
chuvas no Rio Grande do Norte – já considerada a estiagem prolongada mais
severa da história do estado – não deixa alternativa para o sertanejo: ou
abandona a terra ou aprende a conviver com a seca. No estado, a Emater
(Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural) vem desenvolvendo projetos
que estão ajudando o pequeno agricultor a suportar os efeitos da escassez de
água. A construção de barragens subterrâneas e o trabalho de recuperação de
solos degradados são dois exemplos.
Entre os dias 3 e 6 deste mês, o
G1 foi a onze cidades do interior potiguar para a ver de perto como o
sertanejo, animais e também a vegetação do semiárido vêm resistindo à falta
d'água. Em Umarizal e Jardim do Seridó, onde a seca também é braba, os projetos
da Emater estão fazendo a diferença.
Umarizal-RN
Conhecido como Chico de Raulino,
foi o agricultor quem explicou como funciona este tipo de barragem.
"Cavamos uma vala na parte mais baixa do terreno, colocamos uma lona
plástica dentro e a prendemos nas pedras que estão no fundo do solo. Quando a
chuva cair, a água vai infiltrar na terra, mas não vai escoar pelo fundo por
causa das rochas e também não vai escapar pelos lados porque a lona vai
segurar. Assim, temos um barramento subterrâneo que segura a água como uma
piscina embaixo da terra", disse.
Agricultor em Umarizal, Francisco
Gurgel de Freitas espera pelas chuvas para testar a barragem subterrânea
construída em sua propriedade (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
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Francisco tem uma pequena
propriedade no chamado Sítio Acauã, comunidade rural do município de Umarizal,
na região Oeste do estado. A barragem subterrânea foi construída em 2012.
"Só é possível fazer a barragem em período de seca mesmo. Agora, é esperar
pelas chuvas para que eu possa plantar. E quando isso acontecer, terei água
armazenada embaixo da terra, assegurando a fertilidade do solo mesmo durante um
longo período de estiagem", ressaltou.
Enquanto a chuva não vem, o
agricultor mantém o sustento da família plantando mamão, acerola, banana, romã,
pinha, maracujá e algumas hortaliças. E a água? "Vem de um poço que eu
também escavei em 2012. A vazão é pequena, de 2 mil litros por hora, mas é o
bastante para o sistema de irrigação por gotejamento. Tudo o que é plantado
aqui é para consumo próprio. Só vendo o mamão porque a produção é maior. Só vou
produzir mais frutas para comercializar quando a barragem subterrânea estiver
com água. E quando chover, mesmo que seja pouca água, ela não vai se
desperdiçar tão facilmente", acrescentou.
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Fonte: G1/RN
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