WASHINGTON - Na reta final das
primárias para as eleições americanas, uma pesquisa de intenção de voto
divulgada ontem mostra empate técnico numa eventual disputa entre Hillary
Clinton e Donald Trump, os prováveis candidatos democrata e republicano à
presidência. Além disso, a sondagem, encomendada pelo jornal “Washington Post”
e pela rede de televisão ABC, indica que a maioria dos eleitores tem opinião
desfavorável sobre os dois principais concorrentes à eleição, que será
realizada em 8 de novembro.
A pesquisa sugere que a corrida
será competitiva e negativa. Trump aparece com 46% das intenções de voto, e
Hillary, com 44%. O quadro representa uma mudança de 11 pontos a favor do
republicano desde a pesquisa anterior, em março. A margem de erro é de 3,5%.
No entanto, a ex-secretária de
Estado fica à frente do magnata em uma série de atributos e temas. Ela é vista
como candidata mais experiente, com melhores temperamento e personalidade para
ser presidente. Trump é visto como menos qualificado pela maioria dos
eleitores, mas tem um forte apelo como o candidato anti-Clinton que pode levar
transformações a Washington.
Com as primárias se encerrando no
próximo mês, democratas e republicanos começam a se consolidar em torno de seus
prováveis candidatos, embora muitos no Partido Republicano continuem divididos
sobre se Trump representa os valores da legenda. Funcionários dos dois lados
acreditam que os partidos estarão unificados para as eleições de novembro, mas
um quinto dos eleitores republicanos manifestam dúvidas sobre isso. Na próxima
e última grande rodada de primárias, em 7 de junho, vão às urnas eleitores de
Califórnia, Nova Jersey e Novo México, entre outros estados. Para os
democratas, a disputa pode garantir a vitória de Hillary contra o senador
Bernie Sanders.
Nunca na história das pesquisas
feitas pelo “Post” e pela ABC os candidatos dos dois principais partidos foram
tão mal vistos. Quase seis de cada dez eleitores registrados têm impressão
negativa em relação aos dois candidatos. Perguntados sobre Hillary, 53% dos
entrevistados têm opinião desfavorável, e 44% são favoráveis a ela. Sobre
Trump, 60% são negativos, e 37%, positivos. Apesar disso, os números do
bilionário vêm melhorando desde março.
Obama e Sanders são bem avaliados
Enquanto isso, Sanders, ainda na
disputa à indicação democrata com Hillary, desfruta dos melhores índices de
popularidade entre os candidatos. Hoje, 49% dos eleitores registrados têm uma
visão favorável sobre ele, enquanto 42% têm impressão desfavorável. E seus
números têm melhorado com regularidade ao longo da campanha do pré-candidato.
Outro político visto
positivamente pelo público no momento é o presidente Barack Obama, o que pode
ajudar Hillary nas eleições de novembro. O índice de aprovação de Obama
permaneceu em 51%, como estava em março. A reprovação subiu, mas dentro da
margem de erro, de 43% para 46%.
No momento em que Hillary e Trump
se preparam para o confronto direto, o engajamento dos eleitores com os dois
ainda parece frio. Menos de metade dos eleitores da ex-secretária de Estado
dizem que a apoiam fortemente, enquanto pouco mais da maioria dizem apoiá-la
“em parte”. Trump tem praticamente os mesmos números.
Entre os eleitores registrados
que favorecem Hillary, 48% dizem que vão votar nela por apoiarem-na, enquanto a
mesma porcentagem diz que só quer impedir uma vitória de Trump. Entre os
eleitores do republicano, 44% dizem apoiá-lo, e 53% têm como motivação barrar a
ex-primeira-dama.
Os eleitores também não parecem
concordar com as escolhas de seus partidos: 51% se disseram satisfeitos, mas
44% afirmaram que gostariam de um terceiro candidato. Alguns líderes e
ativistas republicanos exploram a possibilidade de uma candidatura alternativa
para se contrapor a Trump.
A pesquisa do “Post” e da ABC
testou uma hipotética disputa com três nomes, incluindo Trump, Hillary e Mitt
Romney, candidato republicano em 2012 e um dos críticos mais abertos do
empresário. Nesse cenário, Hillary teria 37% dos votos, Trump, 35%, e Romney,
22%. O desempenho do moderado Romney chama a atenção para as divisões internas
entre os republicanos. A sondagem foi realizada entre 16 e 19 de maio, com
amostragem de 1.005 eleitores.
O Globo
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