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Produção em terra: Petroleiros pedem retomada de investimentos |
Rio (AE) - Após reunião com
representantes da Petrobras, ontem, os sindicalistas decidiram manter a greve
por tempo indeterminado. Na segunda semana de paralisação, 11 refinarias já têm
a produção afetada, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), responsável
pela mobilização de 13 sindicatos. A lista inclui a Refinaria Clara Camarão, no
Rio Grande do Norte. A produção de petróleo em terra do estado, as operações da
termoelétrica Termoaçu, além da unidade de processamento de gás natural no RN
também são atingidas. Treze plataformas no estado aderiram à greve e reduziram
a produção.
O movimento atinge, ainda, 58
plataformas e unidades de serviços em alto mar, no país. A Petrobras estima uma
perda de produção superior a 700 mil barris de óleo, desde o início da
mobilização.
Representantes da Petrobras se
reuniram ontem pela manhã com a FUP e à tarde com a Federação Nacional dos
Petroleiros (FNP), entidade dissidente que reúne cinco sindicatos. Não houve
consenso nas reuniões. Segundo os sindicalistas, a companhia ouviu as demandas
apresentadas pela categoria sem ter posição oficial. A Petrobras indicou que
novo encontro pode ocorrer esta semana.
"A Petrobras apresentou, com
cem dias de atraso, uma proposta vaga, com a criação de grupos de trabalho que
não têm objetivo claro. No momento em que todas as petroleiras passam por
dificuldades, não pedimos 1% de reajuste salarial, queremos discutir a situação
da companhia", afirmou José Maria Rangel, coordenador da FUP. A entidade é
contrária à venda de ativos da estatal e ao corte de 37% nos investimentos
anunciados pela Petrobras.
Produção
De acordo com o balanço divulgado
pela FUP, a produção foi reduzida em 400 mil barris de petróleo por dia somente
na Bacia de Campos. A FUP fala em impactos também na Bahia, no Rio Grande do
Norte, no Ceará e no Espírito Santo.
Entre as refinarias, estão sem
troca de turno desde o início do movimento 11 unidades, entre elas as duas
principais, a Replan (Paulínia, SP) e a Reduc (Duque de Caxias, RJ), onde a
estimativa é de uma redução de até 30 mil barris de óleo refinados por dia. Os
sindicalistas realizam piquetes nos acessos às refinarias, dificultando a
entrega de matéria prima e a produção de combustíveis, como gasolina e diesel.
A Petrobras descarta risco de
desabastecimento até o momento. Segundo fontes, a empresa tem entre 15 e 30
dias de estoques, a depender do produto. A preocupação da diretoria da empresa
é com o impacto de uma greve prolongada de caminhoneiros, iniciada ontem, que
pode dificultar a distribuição dos produtos. O protesto é contra a alta de
impostos e a elevação nos preços de combustíveis.
Os FUP reivindicam a revisão do
plano de venda de ativos da estatal e a retomada dos investimentos. A Federação
não pede reajustes salariais ou benefícios trabalhistas.
Tribuna do Norte
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