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O ex-presidente Lula disse ainda
que a crise política deve ser solucionada em breve
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva afirmou nesta segunda-feira (9), em entrevista a uma rádio da
Colômbia, que o grande medo da oposição brasileira atualmente é com a
possibilidade de ele voltar à Presidência da República em 2018. Embora já tenha
admitido na semana passada em Brasília que poderá ser candidato novamente, Lula
evitou dizer na entrevista se será candidato. Ele destacou que estará
"muito feliz apoiando um companheiro".
"Agora o grande medo deles é
a possibilidade de Lula voltar em 2018. Uma coisa que eu acho loucura, porque
ainda faltam três anos", afirmou. Na avaliação do ex-presidente, a
oposição está inconformada com a derrota nas eleições de 2014 e, por isso, tem
feito tudo para obstruir qualquer possibilidade de a presidente Dilma Rousseff
governar com "tranquilidade" e de o PT conquistar a Presidência da
República pela quinta vez consecutiva.
Questionado se será candidato,
Lula pregou cautela. "Vamos aguardar. Durante três anos, muitas coisas
podem mudar. Sou um político muito prático, prefiro deixar que a sociedade se
mova. Vai chegar o momento de ver quem poderá ser candidato", afirmou.
"Te digo de coração: irei contra qualquer candidatura que signifique um
retrocesso nas conquistas sociais do povo brasileiro. Estarei no campo de
batalha de novo para manter as conquistas", acrescentou.
Corrupção
Na entrevista, o ex-presidente
também reconheceu que a corrupção interfere na economia, mas é apenas um
"ingrediente" da conjuntura atual. "Não é a coisa que pode
atrapalhar a economia" disse. O petista destacou que "haverá um
momento" em que os brasileiros vão entender que grande parte do processo
de apuração da corrupção no Brasil atualmente se deve a mecanismos criados pelo
próprio governo.
Lula defendeu que a presidente
Dilma Rousseff, como outros presidentes, deve deixar a apuração dos escândalos
com a polícia e a Justiça e se concentrar em cuidar da economia brasileira.
"Não podemos pôr a culpa (da crise) apenas na corrupção. Ela realmente interfere,
mas qualquer governo tem que deixar a corrupção para polícia e se preocupar com
a economia", afirmou o petista.
Crise política e econômica
O ex-presidente avaliou que as
dificuldades enfrentadas pelo Brasil são "conjunturais" e previu que,
embora esteja durando mais que o governo esperava, a crise deve acabar em
breve. Para ele, já está "consagrado" que o Brasil terá PIB negativo
neste ano. "E necessitamos trabalhar muito para evitar um PIB negativo em
2016". Lula voltou a defender medidas para estimular o mercado interno,
como a concessão de crédito para população, indústria e, sobretudo, pequenas
empresas.
O petista avaliou ainda que a
crise política deve ser solucionada em breve, após a presidente Dilma ter
recomposto sua base aliada no Congresso. Ele se referia à reforma ministerial,
na qual a petista deu mais espaço ao PMDB, partido com as maiores bancadas no
Congresso e o comando das duas Casas. "Penso que ela vai conseguir agora
aprovar as medidas importantes do cumprimento do ajuste fiscal para que o
Brasil possa voltar a crescer em 2016", disse.
AE
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