RIO — Prestes a completar uma
semana, a tragédia ocorrida em Minas Gerais, na quinta-feira passada, com o
rompimento de duas barragens de rejeitos de minério, em Mariana, já conta com
seis mortes, mas ainda aguarda respostas concretas por parte das empresas
responsáveis. Procurada pelo GLOBO, a Vale, uma das donas da Samarco, informou
que a empresa responsável pelas barragens possui sua própria administração. A
reportagem não conseguiu localizar representantes da mineradora
anglo-australiana BHP Billiton, também acionária da empresa, para comentar a
questão.
Já a Samarco divulgou um boletim
nesta terça-feira. A empresa informou que 626 pessoas já foram alocadas em
hotéis e pousadas da região de Mariana, e que sete helicópteros estão
disponíveis para resgate. Além disso, foram entregues 600 kits de emergência,
3.800 lanches e refeições. A mineradora diz também que cerca de 300
profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, auxiliam as autoridades
no atendimento às comunidades impactadas. A Samarco disse, também, que o
serviço de limpeza do município e a abertura da estrada foram iniciados com o
apoio de caminhões, fornecidos pela empresa.
FALTA DE INFORMAÇÕES
Apesar dos contatos da
reportagem, a Samarco deixou algumas perguntas sem respostas. Entre elas, não
informou se há uma central de controle de informações sobre o desastre; o que
dizia o plano de emergência para as barragens que se romperam, e se já decidiu
rever algum ponto após o acidente; se a lama que atingiu os locais será
retirada, notadamente em Bento Rodrigues, e em quanto tempo; se essa ação está
prevista no plano de recuperação em caso de desastres; ou mesmo se a empresa
irá recuperar, e em quanto tempo, o Rio Doce da contaminação.
Nesta terça-feira, cerca de 30
manifestantes da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel-MG) ocuparam o
escritório da Samarco, em Savassi, Belo Horizonte. Com cartazes de “Samarco
assassina” e megafone, eles acusavam a empresa de ser a responsável pelas
mortes em Mariana e de demitir empregados terceirizados. Em nota, a Samarco
disse apenas que concedeu licença remunerada a seus “colaboradores não
diretamente envolvidos nas atividades relacionadas ao acidente”.
Aliados de Dilma Rousseff estão
incomodados pela presidente não ter ido a Mariana para sobrevoar a área
atingida pela tragédia. Não há previsão oficial para que ela visite a região.
Porém, diante das críticas, vem sendo negociada, internamente, uma ida de Dilma
a Minas no próximo fim de semana.
Fonte: O Globo
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