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A segunda noite de entrevistas com os
candidatos à presidência da República do Jornal Nacional aconteceu nesta terça-feira, 28, e recebeu o
presidenciável do PSL Jair Bolsonaro, que acabou protagonizando um embate ao
vivo com Renata Vasconcellos sobre a diferença salarial entre homens e
mulheres.
Na ocasião, os apresentadores do
JN questionaram o deputado sobre quais as propostas dele para acabar com essa
desigualdade. Ainda, Bonner e Vasconcellos citaram algumas falas de Bolsonaro
sobre o assunto, como uma entrevista concedida pelo mesmo à Luciana Gimenez.
Após se esquivar da pergunta e
tentar tergiversar, Jair Bolsonaro jogou a responsabilidade ao Ministério
Público, e comparou a atual situação brasileira aos salários dos
apresentadores. “Eu estou vendo aqui uma senhora e um senhor [Bonner e
Vasconcellos], eu não sei ao certo, mas há um diferença salarial aqui. Me
parece que muito maior para ele do que para a senhora. São cargos semelhantes,
não são iguais”.
logo em seguida, Bolsonaro foi
pego de surpresa por uma declaração de Renata Vasconcellos, que acabou
viralizando nas redes sociais. “Seu
salário de deputado, nós pagamos. E sabemos qual é, como cidadã e contribuinte.
O meu, na iniciativa privada, não sou obrigada a dizer. Mas o senhor saiba que
não aceitaria receber menos que um homem na mesma função que eu”, afirmou a
jornalista.
Desigualdade salarial entre
homens e mulheres O tema em questão já foi abordado em entrevistas anteriores
com o deputado e candidato à presidência Jair Bolsonaro. Antes de concorrer ao
pleito, o postulante do PSL chegou a afirmar que “não empregaria uma mulher com
o mesmo salário que um homem”.
Agora, o segundo colocado nas
intenções de voto moderou o tom quanto à questão, mas continua afirmando que
não tem projeto porque a igualdade já está “assegurada na Constituição”.
Fato é que a realidade é
completamente diferente da prática e está longe de acabar. Dados divulgados no
Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016, do Fórum Econômico Mundial,
apontou que a diferença entre os salários de homens e mulheres no Brasil só
será realmente igual em 2111, ou seja, quase cem anos.
Entre os 144 países avaliados no
relatório, o Brasil ocupa a 129ª posição — especialmente a respeito da
igualdade de salário entre os gêneros. Os países com muitos casos de violência
contra a mulher, como Irã e Arábia Saudita, estão em melhor posição na lista.
Segundo o texto, serão
necessários 95 anos, caso o atual ritmo seja mantido, para equiparar as
condições econômicas de homens e mulheres no Brasil. No entanto, incluindo
política, educação e outras questões sociais, acabar com a desigualdade de
gênero no país levará 104 anos. Já a taxa mundial chega a 170 anos.
O estudo também aponta que a
presença de Dilma Rousseff no cargo de presidente fez o Brasil subir no ranking
geral, passando da 85ª posição para a 79ª entre 2014 e 2015. No entanto, a
classificação ainda é pior do que dez anos atrás, quando o Brasil estava na 67ª
posição. Atualmente, o país está atrás dos 17 outros países
latino-americanos. Bolsonaro:
trabalhador terá que escolher entre direito e emprego.
Fonte: Blog da Rosângela Cunha
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