Aplicativos do Facebook e WhatsApp no iPhone (Foto: Justin Sullivan/Getty Images/AFP) |
As redes sociais estão perdendo
espaço como fonte de notícia, enquanto os aplicativos de mensagens instantâneas
avançam. No Brasil, essa tendência faz com que o WhatsApp comece a rivalizar
com o Facebok como fonte de informação dos internautas.
Entre as explicações para o
fenômeno está a ultrapassagem dos smartphones sobre os computadores como
dispositivo mais usado por internautas para ler notícias pela primeira vez em
2017.
Essas conclusões fazem parte de
um estudo produzido por uma parceria entre Reuters Institute e Universidade de
Oxford, que ouviu mais de 70 mil consumidores de notícia online de 36 países.
No Brasil, o uso de redes sociais
para encontrar notícias atinge 66% dos leitores online em 2017, o que sinaliza
um recuo de seis pontos percentuais em relação a 2016. Nesse segmento, o
Facebook é o expoente, tanto que 57% dos entrevistados o usam para esse
propósito. Só que esse índice é 12 pontos percentuais menor que o registrado no
ano passado.
Para os pesquisadores, a queda na
preferência pode ter relação com as mudanças realizadas pelo Facebook em sua
forma de organizar as publicações. “Isso pode ser apenas um sinal de saturação
do mercado ou estar relacionado com as alterações nos algoritmos feitas pelo
Facebook em 2016, que priorizou a comunicação de amigos e familiares sobre o
conteúdo profissional de notícias. ”
Enquanto isso, o estudo indicou
que os apps de bate-papo crescem como fonte de informação. Em todo o mundo, 23%
dos consumidores de notícias dizem achar, compartilhar ou discutir notícias por
meio desses programas. Entre os vários serviços, o que se destaca é o WhatsApp.
Em alguns locais, como o Brasil,
esse movimento é mais forte, já que 46% dos entrevistados disseram consumir
notícias por esse app –na Malásia, esse índice chega a 51%. Entre os
brasileiros, o índice de leitores que tomam contato com uma informação pelo
WhatsApp saltou sete pontos percentuais. Apesar de ter ampliado seu papel como
difusor de notícias, o serviço ainda patina em grandes mercados, como o dos
Estados Unidos, onde apenas 3% dizem ter acesso a notícias por ele.
De acordo com os pesquisadores, o
crescimento no uso dos apps de mensagens para notícias ocorre principalmente na
Ásia e na América Latina e são dois os fatores propulsores: privacidade,
gratuidade e sigilo da conversa.
“Mensagens privadas e fechadas
permitem que usuários compartilhem sem medo ou vergonha – compartilham
significativamente mais fotos do que em redes abertas como o Facebook”,
afirmam. “Muitos desses apps também oferecem criptografia, que é
particularmente relevante para a comunicação em mercados onde pode ser perigoso
compartilhar informações políticas sensíveis.” Para esses casos, citam Hong
Kong e Turquia.
O estudo trata o avanço dos apps
de mensagem como uma camada adicional à função das redes sociais. E lembra que
o Facebook, apesar de perder espaço como fonte de informação, não tem com que
se preocupar. “Essas tendências de múltiplas redes provavelmente não preocupam
o Facebook. A companhia possui WhatsApp e Messenger, os dois mais populares
apps de mensagem, além do Instagram, que tem incorporado muitas das funções
mais populares do Snapchat.”
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário