Filtro solar - Fabio Seixo / Agência O Globo
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RIO - Um passeio pelas
prateleiras das farmácias revela que, neste verão, os filtros solares estão
mais específicos do que nunca. Além dos tubos rotulados para crianças e para
esportistas, agora tem protetor para pele masculina, para tatuagem e até com
efeito antiacne. A variedade é, na opinião de dermatologistas, um reflexo do
aumento da conscientização da população em relação à importância do uso do
filtro solar. Algumas marcas passaram até a desenvolver produtos adequados ao
clima tropical.
— Mesmo as pessoas que têm pele
seca não querem ficar “grudentas”, especialmente no Rio, que é muito úmido. Por
isso, as grandes marcas vêm lançando protetores criados para o Brasil, com
toque seco e pigmentos voltados para a cor da pele — enumera a dermatologista
Gisele Torok.
De olho em quem não quer passar
os dias mais quentes do ano com brilho excessivo no rosto, a Vicky desenvolveu
o Idéal Soleil Antiacne, que promete unir alta proteção contra os raios solares
à redução da acne e da oleosidade.
— O filtro antiacne pode prevenir
o aparecimento de espinhas e ajudar a evitar a piora delas. Mas um tratamento
adequado é necessário para combatê-las — pondera a dermatologista Daniela
Alvarenga, da clínica Skinlux.
Filtros de toque seco já seriam
o.k. para quem tem pele oleosa, sem distinção de gênero, mas a Mantecorp
Skincare lançou o Episol Homem. Trata-se de um fotoprotetor para uso facial
diário, com FPS 45 e proteção contra raios UVA/UVB e infravermelhos.
— A pele masculina é, geralmente,
mais grossa e mais oleosa. O sol estimula as glândulas sebáceas a trabalharem
mais, por isso a piora ou o surgimento de acne no verão é comum. Um filtro que
contenha substâncias controladoras da oleosidade e do brilho, adstringentes e
anti-inflamatórias, é bem-vindo — analisa Daniela Alvarenga.
Outro caso de marketing aliado à
necessidade é a linha Tattoo recém-criada pela Coppertone. O corpo inteiro
precisa de proteção durante a exposição prolongada ao sol, mas as áreas da pele
com tatuagem precisam de proteção redobrada. Qualquer filtro é capaz de
bloquear, mas a bisnaguinha personalizada pode ser um incentivo.
— A tinta reage com a radiação e
isso pode provocar desbotamento, alteração nas cores e despigmentação dos
traços. Por isso, é indicado o uso de protetores solares que ofereçam maior
grau de proteção e mais resistência, com fatores químicos e físicos que criem
uma barreira contra raios UVA e UVB — explica a dermatologista Flávia Addor.
Fala-se muito sobre filtro
químico e filtro físico. Mas, afinal, qual é a diferença entre eles? A
dermatologista Karla Assed responde:
— O filtro químico vai absorver a
radiação UV (alta energia) e transformá-la em radiações com energias menores e
inofensivas ao ser humano. O filtro físico forma uma barreira. Ele apresenta
baixo poder de irritação, sendo o recomendado para quem tem pele sensível e
para os fotoprotetores infantis.
Falando nas crianças, diante de
tantas novidades, alguns pais ainda ficam na dúvida: os filtros kids fazem
diferença?
— Dependendo da idade da criança,
o melhor filtro é o com dióxido de titânio, resistentes a água — explica Karla
Assed. — Antes dos seis meses, é recomendado não passar protetor solar, pois
pode dar alergia. Bebês devem ser protegidos com roupas, chapéus ou,
preferencialmente, mantidos à sombra.
Outra dúvida recorrente que
costuma pintar no verão é em relação ao fator de proteção solar, o famoso FPS.
Um filtro com FPS 99 não é necessariamente mais eficaz que um com FPS 50.
— Estudos mostram que o FPS maior
não varia muito quanto à proteção. O mais importante é aplicar uma camada
grossa, e reaplicar a cada duas horas ou toda vez que ficar mais de 40 minutos
na água ou suado. Por conta da variação na camada que aplicamos do filtro, mais
fina, acabamos optando por um FPS maior — esclarece Gisele Torok.
Fonte: O Globo
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