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23 de novembro de 2015

[ESPORTES] A nova face do vôlei


Numa época em que a evolução do voleibol exige o surgimento de atletas cada vez de maior estatura, a comissão permanente da Seleção Brasileira está garimpando jogadoras com esse perfil por todo o país e acabou de pré-selecionar uma atleta potiguar para realizar um período de testes a partir do dia 28 de novembro em Saquarema, onde fica situado o CT oficial da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

Yasmin Quirino, 14 anos e 1,84 metros, se prepara para seguir o caminho que a irmã Lucy Matias, 16 anos, já fez e não nega a ansiedade. Ela sonha com a possibilidade de seguir a carreira e espera conseguir aproveitar essa grande oportunidade.

Atleta da AABB Natal, treinada pelo casal Ricardo Freitas e Francileide Custódio (Pequena), conseguiu se destacar na disputa dos Jogos Escolares Brasileiros e junto com mais um grupo de catorze jogadoras foi escolhida para iniciar um trabalho de preparação especial, com objetivo de suprir algumas carências da equipe feminina do Brasil num futuro próximo.

Ricardo explica que apesar de estar no topo do ranking mundial, as equipes de voleibol do Brasil têm sofrido bastante para acompanhar a nova ordem do esporte, que privilegia ponteiros e centrais cada vez mais altos e, por isso, esse trabalho de garimpagem se torna tão importante.

No masculino o problema existe, porém em menor escala, uma vez que na renovação do grupo que vem sendo realizada pelo técnico Bernardinho já se pode notar atletas com estatura até de 2,17 metros. Mas na modalidade feminina, esse trabalho ocorre de forma mais minuciosa, uma vez que pelo próprio padrão físico da mulher brasileira, não é comum se encontrar atletas acima de 2 metros.

“Para se manter no topo do ranking mundial as seleções precisam trabalhar a renovação com bastante antecedência. Essas meninas que vão para o período de treinos em Saquarema serão avaliadas, diagnosticadas em seus pontos fortes e fracos e aquilo que precisa ser desenvolvido para que elas possam jogar em alto nível. Tudo isso depois é repassado para os treinadores das respectivas equipes delas, que servem como coordenadores do programa da CBV e elas passam a ter o quadro evolutivo acompanhado pela comissão técnica da seleção”, afirmou Ricardo.

Esse trabalho de acompanhamento não é mistério para os treinadores da AABB Natal, uma vez que Yasmin é a terceira atleta que eles conseguem emplacar para realizar períodos de treinos acompanhados nas divisões de base da seleção. “Além da Luci Matias, Bruna Pavan, hoje capitã da Seleção Brasileira infantil, também iniciou o esporte no clube”, ressalta a treinadora Franciele Custódio.

Devido a boa estatura e com projeção de ganhar mais alguns centímetros até atingir a idade adulta, Yasmin que atua como central na equipe potiguar, nos testes em Saquarema inicialmente será aproveitada como ponteira passadora, que hoje vem sendo o calcanhar de Aquiles da equipe trabalhada pelo tricampeão olímpico, José Roberto Guimarães. O técnico confessa que, por melhor trabalhada que as meninas brasileiras estejam, sempre se torna complicado enfrentar as equipes europeias e até as chinesas com suas jogadoras gigantes, o que vem obrigando o Brasil a apostar cada vez mais na velocidade e na leitura antecipada das jogadas para conseguir levar a melhor sobre as adversárias.

Apesar de apresentar a timidez característica de uma menina de 14 anos e nunca ter passado um tempo longe da família, a atleta potiguar acreditar estar preparada para encarar o desafio recentemente vivido pela irmã e reforçou que deseja investir na carreira, atrás do sonho de um dia compor o elenco da seleção principal.

“Fui pega de surpresa com essa minha pré-seleção, mas estou determinada a fazer o melhor, apesar de estar bastante ansiosa para ver o que vou encontrar lá. Mas jogando vôlei é uma forma que encontrei de me sentir bem, fazendo aquilo que gosto”, disse Yasmin Quirino.

Como gerente de esportes da AABB Natal, Ricardo Freitas, está ciente de que uma convocação desse tipo pode abreviar o tempo de permanência da atleta no clube. Por sinal, um fato que já ocorreu com duas outras atletas: Bruna Pavan e Gabriela Cavalcanti, que hoje atuam pelo Praia Clube de Minas Gerais.

“Não temos como segurar as atletas. Pior é que no vôlei não ocorre o mesmo que no futebol, onde o clube formador fica com direito um percentual nos valores da transação toda vez que o jogador troca de clube. Nós, às vezes, recebemos apenas um muito obrigado, mas não podemos fazer nada, pois sabemos que o passo será importante em termos de carreira para elas”, destacou.


Ciente do papel de clube formador de novos talentos, o gerente de esportes da AABB deixa aberto o convite para os jovens das categorias masculino e feminino que estão interessados em ingressar na carreira do voleibol. “Aquele garoto ou garota que tiver uma boa estatura e quiser praticar vôlei, pode vir fazer teste na AABB. Nós estamos aqui de segunda a sexta a partir das 14 horas e basta me procurar”, disse Ricardo Freitas.


Fonte: Tribuna do Norte 

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